O papa Francisco falou sobre homossexualidade durante o seu encontro com membros da Companhia de Jesus (jesuítas) em Portugal. O que pensa o Papa Francisco sobre os homossexuais?
Durante o encontro, um jesuíta que trabalha num centro universitário em Coimbra fez duas perguntas ao Papa:
“Sendo eles virtuosos em outras áreas da sua vida, e conhecendo a doutrina, podemos dizer que estão todos em erro, porque não sentem, em consciência, que as suas relações são pecaminosas? E como podemos, em termos pastorais, agir para que estas pessoas se sintam, no seu modo de vida, chamadas por Deus a uma vida afetiva sã e que produza frutos?”, perguntou o jesuíta.
Papa Francisco respondeu:
“Penso que o apelo dirigido a «todos» não tem discussão. Jesus é muito claro: todos. Os convidados não quiseram vir à festa. Por isso, ele disse para irmos às encruzilhadas e chamar todos, todos, todos.
E para que fique claro, Jesus diz «sãos e doentes», «justos e pecadores», todos, todos, todos. Por outras palavras, a porta está aberta a todos, todos têm o seu espaço na Igreja. Como é que cada um o vive? Ajudamos as pessoas a viver de forma a poderem ocupar esse lugar com maturidade, e isto aplica-se a todo o tipo de pessoas”.
O “pecado da carne”
O papa disse que conhece em Roma um padre que trabalha com rapazes homossexuais e disse que “o tema da homossexualidade é muito forte, e a sensibilidade em relação a ele muda consoante as circunstâncias históricas. Mas o que não me agrada nada, de um modo geral, é que olhemos para o chamado «pecado da carne» com uma lupa, como fizemos durante tanto tempo em relação ao sexto mandamento.
Se explorávamos os trabalhadores, se mentíamos ou fazíamos batota, não interessava, mas os pecados abaixo da cintura, esses sim eram relevantes”.
“Portanto, todos são convidados é esse o ponto. E a cada um deve ser aplicada a atitude pastoral mais adequada. Não podemos ser superficiais e ingênuos, forçando as pessoas a coisas e comportamentos para os quais ainda não estão maduras, ou não são capazes.
Acompanhar espiritualmente e pastoralmente as pessoas exige muita sensibilidade e criatividade. Mas todos, todos, todos são chamados a viver na Igreja: nunca se esqueçam disso”.
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